Monday, November 27, 2006

"nós só temos a ver com o presente perfeito" (*)

uma vez vieram ter comigo.
à noite.
lua cheia.
levaram-me daqui.
ainda hoje não voltei.
e espero nunca voltar.
se voltar que volte contigo.
de mãos dadas.

(*) Mário Cesariny

Saturday, November 25, 2006

finalmente...

tão novinho e já dá tanto trabalho :) o que nos vale é que quem corre por gosto não cansa :)


books around the corner


ainda nos primeiros passos :)


Friday, November 24, 2006

needs

mãe: se precisares de alguma coisa, diz.

é? consegues fazer alguma coisa? tens por acaso alguma ideia das coisas que preciso? e és capaz de resolver essas necessidades? de mudar umas e manter outras? de soprar dúvidas e plantar certezas e confianças que vão e vêm? és capaz? pois, também achei que não.

resposta: 'tá.


Saturday, November 18, 2006

untitled nº 5

braços cruzados é que não. a senhora do olhar triste e vazio tem que perceber umas certas coisas. justamente aquelas coisas às quais se responde sempre "eu sei" com um aceno de cabeça. pois, se sabe sabe. mas o olhar é triste e vazio. triste de passado e vazio de futuro. que o presente ainda é estranho para a senhora. e quem está nos arredores que arranha as unhas pelas paredes do poço para não se afundar. arrepia-se. e arranha arranha arranha. trepa sem forças e cai sem energia. para voltar a tentar. mas a senhora mantem o seu olhar triste e vazio. quem está nos arredores. impotente. que corta a sua pele com fúria e disto e daquilo. do mundo. da injustiça. ou algo assim parecido. que exibe as suas cicatrizes ao mundo. olhem como eu sofro, grita a pele ensanguentada de dor e mágoa. e puxam o cabelo depois de não haver mais pele para rasgar. usam o cabelo apanhado porque têm vergonha dele. do estado dele. que o mundo o arrancou. olhos presos no chão. para baixo. para o fim da vida. há sempre mais para magoar. capacidade estranha essa. que ninguém faz mais mal do que nós a nós próprios. mas a senhora não corta a pele, não arranca os seus cabelos pequenos e cinzentos. mantem os olhos tristes e vazios presos no chão. na tristeza. recusa-se a ser feliz. porque isso vai parecer mal. não pinta o cabelo porque vai parecer mal. não tem cicatrizes para exibir porque elas são internas. só ela as sente. não as partilha. como quando estamos no autocarro e olhamos alguém triste. há sempre que divague sobre essa tristeza. ou quem se perca a pensar no porquê de alguém sorrir. como que partilhar. mas a senhora do olhar triste e vazio não. não se dá a esse luxo. sofre sozinha. por amor ao próximo. no seu choro abafado pela almofada, nunca pelo casaco colado ao ombro de alguém. dar a parte fraca é que não. e trepar pelo poço para quê? para cair? que ela só via quedas em seu redor. e as crianças eram as mais fortes. essas caem caem caem caem. riem da sua própria queda e levantam-me para aprenderem a segurar-se nas pernas ou a cair melhor. que cair é uma ciência. só quem sabe cair bem é que se levanta com mais facilidade. e a senhora não sabia cair. não tinha tido tempo de aprender. quando caiu bateu logo no fundo. foi preciso tempo para aprender a arranhar paredes. a re-ganhar energias. vindas de onde? pensará ela ainda que é sonho (pesadelo)? a criança um dia vai olhar para ela. ela vai estar a chorar, como nos momentos importantes e marcantes. os olhinhos pequeninos vão ficar presos nas lágrimas-sem-sentido da senhora. porque choras, avó? e talvez ai. só ai. a senhora dos olhos tristes e vazios se aperceba que um dia todos os motivos se desvanecem. e que é melhor descruzar os braços.


Thursday, November 16, 2006

lucky ones

porque no final do dia, era o sorriso dele que ela gostava de recordar. a maneira como ele a olhava. como ele a via. ela lembrava os beijos dele na sua pele. o seu toque. ela sabia as coisas que apenas se sabem. porque quando era chegada a vez dela de sorrir, de o olhar, de o beijar, de o tocar, ela sentia todas essas coisas. ela sorria porque estava feliz. era feliz por tê-lo perto dela. e olhava-o sempre daquela maneira. adorava olhá-lo. adorava ver os vários tons que os olhos dele podiam ter. os vários sorrisos. as várias expressões. quando ele olhava para ela, ela sentia-se observada pela primeira vez. era como se ela ainda a tivesse a descobrir. sentia-se nua. transparente. um dia tiveram ideias a dois. ele e ela. construiram imagens. construiram fantasias. a pele arrepiada por olhos intimidadores e confiantes. como saber a diferença? amor nas pontas dos dedos ou guardadas na boca. porque um dia perceberam que se amavam. e tinham milhentas formas de expressar esse amor. ela achava que eram sortudos. que era assim que devia ser.e tinham ideias a dois. tinham histórias com sorrisos. tinham abraços com beijos, onde se ouviam palavras sussurradas. um dia, ela perguntou-se se os amanhãs seriam sempre hojes. perguntou-se de que matéria iriam eles construir as suas ideias. ela olhava-o. e ele ocupava a mente dela. seguiu-se dois ou três beijos. porque um era sempre pouco. seguiram-se dias e dias. e eles continuavam a ser sortudos. ainda se olhavam. ainda procuravam um pelo outro. na descoberta que não tem fim.


winds of change

estava com uma certa vontade de mudança... =)


espero que gostem.


Monday, November 13, 2006

untitled nº4



é só que (ainda) gosto de ser raptada.


Sunday, November 12, 2006

tenho estado à tua espera

sempre mais um bocadinho, que o muito que temos nunca nos chega. sempre no regresso, que vivo de me apaixonar constantemente. sempre nos primeiros dias, que são todos os dias. ou parece que o são. sempre a conquistar, que sabe sempre bem. sempre a sonhar alto. nas noites frias. sozinha. o frio que me arrefece sem chegar a mim. sem me afectar. que me passa ao lado. arrefece-me o corpo. que o resto tu não deixas. que nos separem o corpo. que o que sentimos não é separável. apesar de todos os -áveis que podemos juntar. não é separável. não é. não é. que temos cordas fortes. amarrados um no outro. quero-te todo, sem alguma vez te querer todo. quero ser tua, sem nunca deixar de ser minha. és o bem do que sempre esteve mal. tenho sempre saudades do que fomos, ao mesmo tempo que quero sempre o que alguma vez poderemos vir a ser. és o desejo. meu amor.

foste a correcção da tristeza. emendaste as lágrimas e a falta de sorrisos. foste o meu regresso feliz. a possibilidade de. a vontade de. quero que. saibas sempre que. ainda há tanto a querer. a aprender. a sonhar. há sempre tanto de novo no conhecido que não se conhece. nunca. o bem que sempre esteve mal. a compreensão daquilo que queria. daquilo que não queria. apagas as linhas tortas. ou dás-lhes curvas mais bonitas. fazes da tua magia. usas os teus truques. e eu caio em ti. que tu és isto e aquilo. e para mim és muito mais que o muito que alguém pode ser. és sempre mais. para além do esperado. tu que superas o inesperado. és sempre mais. que é sempre pouco o muito que temos. nunca chega. meu amor.


as horas que são e eu vestida. parece que me habituei a esperar por ti =)


Saturday, November 11, 2006

time waits for no man and it won't wait for you (*)



odeio a palavra tempo.



(*) time, russ ballard


Thursday, November 09, 2006

let's get carried away.

acho q precisas de ouvir a easily dos red hot chili peppers
tenho dito

porquê? perguntei eu...


easily let's get carried away. easily let's get married today. shao lin shouted a rose from his throat. everything must go. a lickin' stick is thicker when you break it to show. everything must go. the story of a woman on the morning of a war. remind me if you will exactly what we're fighting for. calling calling for something in the air. calling calling i know you must be there. easily let's get caught in a wave. easily we won't get caught in a cage. shao lin shakin' for the sake of his soul. everything must go. lookin' mighty tired of all the things that you own. everything must go. i can't tell you who to idolize. you think it's almost over but it's only on the rise. calling calling for something in the air. calling calling i know you must be there. the story of a woman on the morning of a war. remind me if you will exactly what we're fighting for. throw me to the wolves because there's order in the pack. throw me to the sky because i know i'm coming back. shao lin shakin' for the sake of his soul. everything must go. lookin' mighty tired of all the things that you own. everything must go. the story of a woman on the morning of a war. remind me if you will exactly what we're fighting for. calling calling for something in the air. calling calling i know you must be there. i don't wanna be your little research monkey boy. the creature that i am os only going yo destroy. throw to the wolves because there's order in the pack. throw me to the sky because i know i'm coming back. easily.


talvez por isto :)

thanks

Monday, November 06, 2006

letting the cables sleep

e de repente...

don't wanna lose the time
lose the time to come


como se a estivesse a ouvir pela primeira vez...


letting the cables sleep. bush


Wednesday, November 01, 2006

holding it right

e sem nós. sem apertos. sem lágrimas que por fim sairam. sem nada. apenas com tudo o que somos. com o muito que somos. nós. apenas nós.


when you find it, you're gonna hold it right. you'll hold it right. (*)



(*) welcome home. tegan and sara