Sunday, September 23, 2007

amor igual.

há noites em que sim. numa mistura de coisas. esconder-me para ouvir a tua voz, como se já não a ouvisse há tempo tento. hábitos, parece-me. um certo tremer de mãos que não se perdeu no tempo recomposto, renovado, recuperado, desejado. pensar no que será que a tua voz vai levar até ao meu ouvido. acho estranho quando me procuras. quando tens os mesmos quereres que eu, como se fôssemos amor igual. coisa que é impossível. cada qual tem a sua maneira. mas há noites em que me parece que somos amor igual. nas mesmas medidas incertas de mudanças de estação. tudo feito num minuto que sucede ao outro. um certo tremer de mãos que permanece no ouvir da tua voz. o nervosismo de quando não se sabe o que se espera. porque o minuto a seguir é imprevisível. nas nossas mãos que se encontram fechadas. abrem-se baixinho, sem incomodar outros que o segredo delas sempre só a nós nos disse respeito. e guardamo-lo entre as nossas palmas. é estranho quando és tu que me procuras. não estou habituada a ti, nunca estive. a tua familiaridade sabe-me sempre a algo novo. nas surpresas que são naturais e surpreendem pela sua naturalidade. e as coisas que nunca foram ditas? as palavras que por muito repetidas não se gastam entre nós? ficaria uma noite inteira escondida do mundo para ouvir a tua voz no meu ouvido. para sentir que hoje ainda é o que foi há tempos. parece que te descubro todos os dias. parece que me olhas sempre de uma maneira familiarmente diferente. hoje parecemos feitos de um amor igual.

Friday, September 21, 2007

#9

the honeymoon couple had their heads together over their table. the man, smoothly handsome, in what cropper recognised as a christian dior wool and cashmere jacket in dark peacock, took their joined hands to his mouth and kissed the inside of the girl's wrists. she wore an ivory silk shirt, displaying an amethyst necklace on a smooth throat, above a purple skirt. she caressed her partner's hair, evidently in that obsessive and compulsive state that excludes, for brief periods of human lives, all consciousness of other observers.


possession, a.s. byatt

Saturday, September 08, 2007

endless

porque somos bons nesta coisa de nos amarmos. com segredos e manhas que mal sabemos que as temos e juntos vamos descobrindo. porque uma mão acalma a outra e despede-se dela sem nunca mais dizer adeus. porque os lábios quando se tocam aproximam a alma e nós somos bons nesta coisa de nos amarmos. aprendemos juntos. por aqueles caminhos e outros. fomos indo. por onde nos levavam os nossos pés. ou as nossas mãos que eram arrastadas pela outra tal o desejo de proximidade. porque a mão aperta a outra, asfixia os dedos, corta a circulação só para não haver dúvidas, que agora já não são bem vindas. porque somos bons nesta coisa de. fomos juntos por areia e alcatrão, pedra de calçada e cimento, água e ar. fomos indo. porque onde nos levavam os nossos lábios que teimam em seguir os lábios do outro. porque o olhar prende-se naquela cumplicidade que fomos aprendendo juntos, naquela certeza que já se sabe como é. é ainda. porque somos bons nesta coisa. fomos indo. de olhos fechados e semi-cerrados. é que os lábios não se descolavam e nós íamos indo. por ai. às cegas e apalpadelas para ver quem éramos. e para sentir o que somos. aprendemos juntos. a descoberta de. fomos indo por ai. pode ser que. porque a pele sente-se em casa. aconchega a alma. sente-se viva. sente-se completa. porque somos bons. fomos indo por caminhos em aberto, uns conhecidos, outros não. mas íamos. de mãos dadas e olhos semi-cerrados. há vícios que compensam. fomos indo lado a lado para parar em algum lado. parámos aqui, nem a metade do caminho que nos espera. vamos ainda indo. é melhores abrires tu os olhos que os meus lábios não te vão largar. porque somos bons nesta coisa de nos amarmos.



Sunday, September 02, 2007

olha olha...


I'm a Hippie Yogi!


A Hippie Yogi

When you're not doing yoga or marching in protests, you divide your time between
hugging trees and flashing peace signs at people you don't know. You truly
care about the world around you and take action to make it a better place for
everyone to enjoy--including your furry friends. You're warm, welcoming,
and a lot of fun.


Be careful, however, not to let your dedication to your cause alone determine your
actions--take time for yourself every now and then, too. Everything in moderation
will make you more balanced in your yoga practice and in your life.

Take the Yoga Journal Yoga Snob Quiz!



hehe