O Vento chegou e disse à menina, vês como eu tinha razão. Tudo se resolve. Sim, eu sei, disse a menina, mas às vezes nem sempre pensamos dessa maneira. És uma tola, disse o Vento. A menina sorriu. Porque dizes isso, Vento? Porque o sei. Porque sempre soube que apareceria. Mas como sabias? perguntou a menina. Sabendo. Nunca te aconteceu saberes coisas, assim, apenas sabendo? Sim, já.
A menina sorri.
Já falámos tantas vezes. É verdade. Não te cansas te falar comigo? Nunca, nunca. Quero sempre saber o que pensas. Mas eu não existo, sabes isso. Sei, e sei que aquilo que me dizes são, na verdade, pensamentos meus. Sei que apenas existes na minha cabeça. A menina sorriu.
Fala comigo. Falo, sim. Diz. Fala tu. Como estás? Bem, muito bem. As coisas correm bem? Bem, muito bem. Fico feliz. Eu também. Sabias que chove sempre que tu queres? Sabia, porque quando quero, tudo é possível. Nem tudo. Deixa-me ficar com esta mentira. Deixa-me acreditar que posso ser tão livre, tão livre. Que, para mim, não há barreiras. Sabes bem que isso não é verdade. Sei. Mas não me importa. Ás vezes, sinto mesmo que não há impossíveis, deixa-me acreditar nisso. Está bem, mas só se prometeres que tens essa noção que é só às vezes. Prometo. Prometes, prometes? Vá lá, já fizemos isto antes. Eu sei, mas diz. Prometo.
Conta-me o que te faz pensar assim. É simples. Há coisas que nunca pensámos, Vento, e de repente elas aparecem. Acreditas no que te digo? Sim. Ainda bem, porque não te minto. Acreditas que me surpreendo a mim mesma? Sim. Ainda bem. Às vezes nem me reconheço. E isso é bom ou mau? É bom, muito bom. Especialmente quando me traz felicidade. Estás feliz? Sim, muito. És feliz? Ultimamente, tenho sido muito. Mas és? Não me faças perguntas difíceis.
A menina baixa a cabeça.
Não são difíceis. Não para ti, que sabes tudo sobre tudo. Achas mesmo? Acho. Essas perguntas são difíceis. Está bem, podem ser, mas agora, és feliz? Sim, muito. Mas estou com medo. Do quê? Queres falar? Está bem. Estou com medo de sábado. Estou com medo que passe. Entendes o que digo? Claro que entendo. Mas sábado, já sabes como vai ser. Podias fazer com que não fosse como acho que vai ser. Não. Não tenho esse poder. Quem tem? Ninguém. Então, estás a dizer que... Sim, estou.
A menina encolhe os ombros.
E porque achas que vai passar? Já disse, não a ti, eu sei, mas já disse. Diz-me. Tenho medo que passe porque é forte demais, entendes? Agora, está a ser. Tola, tola. Não vai passar. Como sabes? Agora, sei. Agora não vai passar. Como sabes? Porque, como tu mesma disseste, é forte demais. E isso é bom, certo? Oh, eu sei que é. Mas entendes o meu medo? Sim, claro. É um medo natural. Também acho.
A menina levanta a cabeça e olha em redor.
As coisas podem ser tão fáceis às vezes, não é? Tem que se cair, para nos podermos levantar e começar a dar valor a essas coisas. Mas porque é que tem que ser das piores maneiras? Oh, eu sei que passaste por muito. Pois passei. E sei, também, que sofreste muito. Pois sofri. Mas agora estás bem. Queria-o vivo. é pedir demais? É. Isso iria contra a ordem das coisas. Que ordem? Oh, não vale a pena discutir isto contigo. Não, não vale. É a minha maior contradição, e eu sei. Mas não gosto, não quero. Pronto, está bem.
A menina olha para o lado, com cara zangada.
Fala-me dele. Porquê? Vá lá, não fiques chateada. Oh, está bem. O que queres saber? O que tu me quiseres contar.
A menina sorri. Muito. Muito mesmo. O olhar fica perdido.
Uau, dessa maneira? Sim, desta maneira. Precisas de mais? Não, acho que não. Ele faz-te muito bem. Eu sei. Vê-se. Eu sei, as pessoas têm-me dito que voltei graças a ele. E que o melhor de tudo é a maneira como tenho sorrido e o brilho dos meus olhos. E duvidas? Nem um pouco. Sei bem o que ele é para mim e o que me faz sentir. Ainda bem. Gosto de te ver assim. E eu gosto de me sentir assim.
Tudo se resolve. Não deixo de querer que ele ainda aqui estivesse. Eu sei. E no sábado... Não penses mais nisso. Não consigo. O dia aproxima-se e assusta-me cada vez mais. Eu entendo. Ainda hoje falámos disso, e não consigo evitar. O assunto provoca-me um nó na garganta. Não dá. [levanto-me e vou buscar a foto]. Eu sei. É normal que te sintas assim.
A menina baixa a cabeça.
Diz-me o que pensas. Estava agora a pensar que queria estar nos braços dele. Fala-me da janela.
A menina sorri. Muito. Muito mesmo.
Eu já sabia. Sempre foi importante, não foi? Sim. E lembras-te quando dizia aquilo? Sim. Então, nunca pensei que fosse acontecer. Era diferente. Não sentia assim. Entendes? Estás a dizer que... Não, não. Agora, não. Entendes? Entendo.
Tudo se resolve. Ainda falta o menino. Isso também se há-de resolver. Espero bem que sim. Tudo se resolve, vais ver. Lembra-te que tem que chover para o arco-íris poder aparecer. Eu sei... eu sei...
No que estás a pensar agora? Nas mãos dele. Tu e as mãos. Sim... E estou também a pensar nele. Só nele.
Casa azul? Oh, não vale a pena. Mais uma prova hoje. Gostei. Casa verde? Um dia, um dia. Ainda não sabe. Tem que saber. Têm todos que saber. Entendes? Sim, perfeitamente.
Sabes, Vento, ultimamente, tenho sonhado. Muito. Tem cuidado. Eu sei, mas já sabes como sou. Sim, sei. Sonha, sonha. Tola como és, acabas por sonhar com princípes encantados. Céptico como tu és, não acreditas em princípes. Pois não. Então és parvo. Encontrei um. Tem cuidado. Deixa-me estar. Sei o que faço. És parvo e céptico. Eu acredito e encontrei.
O Vento sorri.
Eu sei. Estava só a ver até onde ia a tua crença. Oh, vai mais longe do que aquilo que tu pensas. Estou a ver que sim.
Ambos sorriem naquela cumplicidade de anos. De sortes e azares. De altos e baixos.
A menina sorri, porque a menina sonha. Contigo, princípe encantado.
A menina sorri.
Já falámos tantas vezes. É verdade. Não te cansas te falar comigo? Nunca, nunca. Quero sempre saber o que pensas. Mas eu não existo, sabes isso. Sei, e sei que aquilo que me dizes são, na verdade, pensamentos meus. Sei que apenas existes na minha cabeça. A menina sorriu.
Fala comigo. Falo, sim. Diz. Fala tu. Como estás? Bem, muito bem. As coisas correm bem? Bem, muito bem. Fico feliz. Eu também. Sabias que chove sempre que tu queres? Sabia, porque quando quero, tudo é possível. Nem tudo. Deixa-me ficar com esta mentira. Deixa-me acreditar que posso ser tão livre, tão livre. Que, para mim, não há barreiras. Sabes bem que isso não é verdade. Sei. Mas não me importa. Ás vezes, sinto mesmo que não há impossíveis, deixa-me acreditar nisso. Está bem, mas só se prometeres que tens essa noção que é só às vezes. Prometo. Prometes, prometes? Vá lá, já fizemos isto antes. Eu sei, mas diz. Prometo.
Conta-me o que te faz pensar assim. É simples. Há coisas que nunca pensámos, Vento, e de repente elas aparecem. Acreditas no que te digo? Sim. Ainda bem, porque não te minto. Acreditas que me surpreendo a mim mesma? Sim. Ainda bem. Às vezes nem me reconheço. E isso é bom ou mau? É bom, muito bom. Especialmente quando me traz felicidade. Estás feliz? Sim, muito. És feliz? Ultimamente, tenho sido muito. Mas és? Não me faças perguntas difíceis.
A menina baixa a cabeça.
Não são difíceis. Não para ti, que sabes tudo sobre tudo. Achas mesmo? Acho. Essas perguntas são difíceis. Está bem, podem ser, mas agora, és feliz? Sim, muito. Mas estou com medo. Do quê? Queres falar? Está bem. Estou com medo de sábado. Estou com medo que passe. Entendes o que digo? Claro que entendo. Mas sábado, já sabes como vai ser. Podias fazer com que não fosse como acho que vai ser. Não. Não tenho esse poder. Quem tem? Ninguém. Então, estás a dizer que... Sim, estou.
A menina encolhe os ombros.
E porque achas que vai passar? Já disse, não a ti, eu sei, mas já disse. Diz-me. Tenho medo que passe porque é forte demais, entendes? Agora, está a ser. Tola, tola. Não vai passar. Como sabes? Agora, sei. Agora não vai passar. Como sabes? Porque, como tu mesma disseste, é forte demais. E isso é bom, certo? Oh, eu sei que é. Mas entendes o meu medo? Sim, claro. É um medo natural. Também acho.
A menina levanta a cabeça e olha em redor.
As coisas podem ser tão fáceis às vezes, não é? Tem que se cair, para nos podermos levantar e começar a dar valor a essas coisas. Mas porque é que tem que ser das piores maneiras? Oh, eu sei que passaste por muito. Pois passei. E sei, também, que sofreste muito. Pois sofri. Mas agora estás bem. Queria-o vivo. é pedir demais? É. Isso iria contra a ordem das coisas. Que ordem? Oh, não vale a pena discutir isto contigo. Não, não vale. É a minha maior contradição, e eu sei. Mas não gosto, não quero. Pronto, está bem.
A menina olha para o lado, com cara zangada.
Fala-me dele. Porquê? Vá lá, não fiques chateada. Oh, está bem. O que queres saber? O que tu me quiseres contar.
A menina sorri. Muito. Muito mesmo. O olhar fica perdido.
Uau, dessa maneira? Sim, desta maneira. Precisas de mais? Não, acho que não. Ele faz-te muito bem. Eu sei. Vê-se. Eu sei, as pessoas têm-me dito que voltei graças a ele. E que o melhor de tudo é a maneira como tenho sorrido e o brilho dos meus olhos. E duvidas? Nem um pouco. Sei bem o que ele é para mim e o que me faz sentir. Ainda bem. Gosto de te ver assim. E eu gosto de me sentir assim.
Tudo se resolve. Não deixo de querer que ele ainda aqui estivesse. Eu sei. E no sábado... Não penses mais nisso. Não consigo. O dia aproxima-se e assusta-me cada vez mais. Eu entendo. Ainda hoje falámos disso, e não consigo evitar. O assunto provoca-me um nó na garganta. Não dá. [levanto-me e vou buscar a foto]. Eu sei. É normal que te sintas assim.
A menina baixa a cabeça.
Diz-me o que pensas. Estava agora a pensar que queria estar nos braços dele. Fala-me da janela.
A menina sorri. Muito. Muito mesmo.
Eu já sabia. Sempre foi importante, não foi? Sim. E lembras-te quando dizia aquilo? Sim. Então, nunca pensei que fosse acontecer. Era diferente. Não sentia assim. Entendes? Estás a dizer que... Não, não. Agora, não. Entendes? Entendo.
Tudo se resolve. Ainda falta o menino. Isso também se há-de resolver. Espero bem que sim. Tudo se resolve, vais ver. Lembra-te que tem que chover para o arco-íris poder aparecer. Eu sei... eu sei...
No que estás a pensar agora? Nas mãos dele. Tu e as mãos. Sim... E estou também a pensar nele. Só nele.
Casa azul? Oh, não vale a pena. Mais uma prova hoje. Gostei. Casa verde? Um dia, um dia. Ainda não sabe. Tem que saber. Têm todos que saber. Entendes? Sim, perfeitamente.
Sabes, Vento, ultimamente, tenho sonhado. Muito. Tem cuidado. Eu sei, mas já sabes como sou. Sim, sei. Sonha, sonha. Tola como és, acabas por sonhar com princípes encantados. Céptico como tu és, não acreditas em princípes. Pois não. Então és parvo. Encontrei um. Tem cuidado. Deixa-me estar. Sei o que faço. És parvo e céptico. Eu acredito e encontrei.
O Vento sorri.
Eu sei. Estava só a ver até onde ia a tua crença. Oh, vai mais longe do que aquilo que tu pensas. Estou a ver que sim.
Ambos sorriem naquela cumplicidade de anos. De sortes e azares. De altos e baixos.
A menina sorri, porque a menina sonha. Contigo, princípe encantado.
6 comments:
ufa!...isto foi como chegar ao pico do everest (not that I would know anything about that!)
sabes, isto com cores ia melhor... bom, plo menos desta vez percebi a mensagem td!
linda, so tenho uma coisa a dizer: agora tas bem e é isso que importa. o sabado ha-de correr cm tiver de ser e a gent vai fazendo o k se pode! o resto deixa andar e aproveita! (ate pk ha outros dias antes de sabado, n tens k pensar ja nisso...)...e eu continuo aki! fucking available and loving you ;)
tenho mais uma coisa a dizer: MENSAGENS GRÁTIS! (vou passar o sabado a xatear-te pa animar o ambiente!)
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What she said :)
Specially that part about fucking available and loving you ;)
And all in all, you're in a good place now. things are looking shinier :)
and about saturday, it is only right that you should mourn those who can not be there; but it's also a day of celebration of two people who are starting a life together.
"Round, like a circle in a spiral
Like a wheel within a wheel.
Never ending or beginning,
On an ever spinning wheel"
Take care, little sister:)
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bem epa uma pessoa começa a ler começa a ter ideias sobr o k comentar e dps chega ao fim ah e tal ja não me lembro oke ia escrever!
percebi a maioria do post!e concordo em tudo com a joana!
relax e age de acordo com o que sentes e que achas correcto para o teu bem-estar emocional(olha eu à maneira d psicologa lol)
gostos destas conversas imaginárias. os caminhos que escolhemos.
quanto a sábado acho que também já disseram o importante, respect to who went away and to who stayed. it should still be a happy day, somehow.
o resto é o deixar andar. aproveitar. como sempre fazes, não é? :)
beijo grande linda *
take care!
*gosto...
E depois vieram os sete anões...
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