[bee girl. pearl jam]
A menina sentava-se à janela. Tinha uma arca antiga debaixo da janela e sentava-se lá. E escrevia. A menina escrevia num caderno de capa preta. Às vezes olhava para as estrelas. Outras para o Sol ou até para a Chuva. E escrevia.
A menina pensava. A menina costumava sorrir com aquilo que pensava. Era uma menina. Não tinha passado pelo que passou até hoje. Agora a menina lembra-se de rir muito. De chorar de tanto rir. A menina lembra-se de ter sido muito feliz. A menina lembra-se de ter chorado. Chorado de tanto sofrer. A menina lembra-se de ter sofrido muito.
A menina costumava sonhar. Sonhava com o seu ideal. Um dia, pensava a menina, iria encontrar um menino. Um menino de quem a menina gostasse muito, muito e que gostasse muito, muito da menina. E ia ser como a menina tinha sonhado.
A menina no seu castelo irreal. A menina menina. A menina mulher. A menina sentava-se num barco que não existia só para sentir o vento na cara. E o vento perguntava à menina porque chorava ela. E ela dizia que chorava pelos motivos pelos quais sorria. Sorrio quando estou feliz. Choro quando estou triste. O vento não entendeu. Uma menina não deve chorar. Ninguém deve fazer uma menina chorar. Mas a menina, pacientemente, com uma mãe que explica a coisa mais simples ao seu filho, perguntou ao vento porque é que às vezes ele soprava com muita força e com muita raiva e outras não passava de uma brisa que os meninos sentiam na cara quando andavam de baloiço. O vento calou-se e foi-se embora na forma de brisa.
A menina saía pela janela e ia sentir a chuva na cara. Mas depressa, para a mãe e o pai não verem. A menina fechava os olhos, enquanto as gotas caíam e escorriam pela sua cara. A menina sorria. Depois chorava. A menina saía pela janela para se deitar na relva ao Sol. Mas depressa, para a mãe e o pai não verem. A menina fechava os olhos e sentia os olhos a arder com o calor do Sol. Fechava os olhos, mas ainda via claridade. E abria-os e olhava as nuvens. A menina sonhava.
A menina tinha um andaime. A menina subia para o andaime para ver como era o mundo visto de cima. Via-se a casa verde do andaime. E da casa verde via-se o andaime. A menina sentava-se no andaime. A menina sonhava. Um dia vai ser assim, pensava a menina.
A menina saía pela janela à noite. Depressa e baixinho para a mãe e o pai não acordarem. Voltas e voltas. A menina andava o mesmo caminhos todas as noites. A menina sonhava. Horas e horas a menina passava a andar. Procurava a Lua. Sabia as fases de cor. E sabia onde ela estava àquelas horas. E do caminho via-se a casa verde e a casa azul. E da casa verde e da casa azul via-se o caminho.
A menina ria alto e chorava baixinho. Não vá o vento se chatear. A menina não gostava do vento irritado. A menina chorava ao Sol ou à Chuva. Mas baixinho para a mãe e o pai não verem. Porque chorava a menina? A menina pensava. A menina sonhava. As lágrimas caíam. A menina não sofria. A menina não ficava triste. As lágrimas caíam. Olhava para os sonhos tão bons, tão bons. Que sentimento mau se não se realizarem. Pensava a menina. A menina sonhava.
A menina ainda sonha. Muito, muito. Sonhos bons, imaginação fértil. Mas a menina lembra. Lembra de quando aquilo era parecido com os sonhos. A casa verde. O menino com o cabelo à tigela. Cara de menino, onde andas tu? O menino, menino. O menino. A menina quer sentir a chuva.
Deixa-me chorar um bocadinho, vento. Só se prometeres que vais ser mais feliz. Prometo. Promtes, prometes? Sim. E vais para o andaime? Já não está lá, vento. E a relva? Suja, suja, vento. A chuva? Cai devagarinho, não tenho tempo. O Sol? Sim, senti-o hoje. Picou-te os olhos? Não, era fraco. E fechaste-os? Não... E o caderno preto? Mudou de nome. A casa verde? Ainda está lá, vento. Vejo-a todos os dias. Tens ido lá? Não... A casa azul? Ainda está lá, vento. Vejo-a todos os dias. Tens ido lá? Às vezes. O menino do cabelo à tigela? (a menina sorri, mas não responde. o vento compreende). O menino? Qual menino, vento? O menino, menino? Está bom, adoro-o, vento. Ainda? Sim. Tens andado? Não. O caminho mudou? Não. Muda de assunto, vento. A janela? (a menina olha para a janela) A janela, vento? Sim, a janela? Sabes, vento, ainda sonho. Castelos? Sim, e mares e montanhas e casas às vezes. E o menino? Também. Quem é? Não sei. Não sabes? Acho que não. E a janela? Sabes, vento, ainda sonho.
[bee girl. pearl jam]
A menina sentava-se à janela. Tinha uma arca antiga debaixo da janela e sentava-se lá. E escrevia. A menina escrevia num caderno de capa preta. Às vezes olhava para as estrelas. Outras para o Sol ou até para a Chuva. E escrevia.
A menina pensava. A menina costumava sorrir com aquilo que pensava. Era uma menina. Não tinha passado pelo que passou até hoje. Agora a menina lembra-se de rir muito. De chorar de tanto rir. A menina lembra-se de ter sido muito feliz. A menina lembra-se de ter chorado. Chorado de tanto sofrer. A menina lembra-se de ter sofrido muito.
A menina costumava sonhar. Sonhava com o seu ideal. Um dia, pensava a menina, iria encontrar um menino. Um menino de quem a menina gostasse muito, muito e que gostasse muito, muito da menina. E ia ser como a menina tinha sonhado.
A menina no seu castelo irreal. A menina menina. A menina mulher. A menina sentava-se num barco que não existia só para sentir o vento na cara. E o vento perguntava à menina porque chorava ela. E ela dizia que chorava pelos motivos pelos quais sorria. Sorrio quando estou feliz. Choro quando estou triste. O vento não entendeu. Uma menina não deve chorar. Ninguém deve fazer uma menina chorar. Mas a menina, pacientemente, com uma mãe que explica a coisa mais simples ao seu filho, perguntou ao vento porque é que às vezes ele soprava com muita força e com muita raiva e outras não passava de uma brisa que os meninos sentiam na cara quando andavam de baloiço. O vento calou-se e foi-se embora na forma de brisa.
A menina saía pela janela e ia sentir a chuva na cara. Mas depressa, para a mãe e o pai não verem. A menina fechava os olhos, enquanto as gotas caíam e escorriam pela sua cara. A menina sorria. Depois chorava. A menina saía pela janela para se deitar na relva ao Sol. Mas depressa, para a mãe e o pai não verem. A menina fechava os olhos e sentia os olhos a arder com o calor do Sol. Fechava os olhos, mas ainda via claridade. E abria-os e olhava as nuvens. A menina sonhava.
A menina tinha um andaime. A menina subia para o andaime para ver como era o mundo visto de cima. Via-se a casa verde do andaime. E da casa verde via-se o andaime. A menina sentava-se no andaime. A menina sonhava. Um dia vai ser assim, pensava a menina.
A menina saía pela janela à noite. Depressa e baixinho para a mãe e o pai não acordarem. Voltas e voltas. A menina andava o mesmo caminhos todas as noites. A menina sonhava. Horas e horas a menina passava a andar. Procurava a Lua. Sabia as fases de cor. E sabia onde ela estava àquelas horas. E do caminho via-se a casa verde e a casa azul. E da casa verde e da casa azul via-se o caminho.
A menina ria alto e chorava baixinho. Não vá o vento se chatear. A menina não gostava do vento irritado. A menina chorava ao Sol ou à Chuva. Mas baixinho para a mãe e o pai não verem. Porque chorava a menina? A menina pensava. A menina sonhava. As lágrimas caíam. A menina não sofria. A menina não ficava triste. As lágrimas caíam. Olhava para os sonhos tão bons, tão bons. Que sentimento mau se não se realizarem. Pensava a menina. A menina sonhava.
A menina ainda sonha. Muito, muito. Sonhos bons, imaginação fértil. Mas a menina lembra. Lembra de quando aquilo era parecido com os sonhos. A casa verde. O menino com o cabelo à tigela. Cara de menino, onde andas tu? O menino, menino. O menino. A menina quer sentir a chuva.
Deixa-me chorar um bocadinho, vento. Só se prometeres que vais ser mais feliz. Prometo. Promtes, prometes? Sim. E vais para o andaime? Já não está lá, vento. E a relva? Suja, suja, vento. A chuva? Cai devagarinho, não tenho tempo. O Sol? Sim, senti-o hoje. Picou-te os olhos? Não, era fraco. E fechaste-os? Não... E o caderno preto? Mudou de nome. A casa verde? Ainda está lá, vento. Vejo-a todos os dias. Tens ido lá? Não... A casa azul? Ainda está lá, vento. Vejo-a todos os dias. Tens ido lá? Às vezes. O menino do cabelo à tigela? (a menina sorri, mas não responde. o vento compreende). O menino? Qual menino, vento? O menino, menino? Está bom, adoro-o, vento. Ainda? Sim. Tens andado? Não. O caminho mudou? Não. Muda de assunto, vento. A janela? (a menina olha para a janela) A janela, vento? Sim, a janela? Sabes, vento, ainda sonho. Castelos? Sim, e mares e montanhas e casas às vezes. E o menino? Também. Quem é? Não sei. Não sabes? Acho que não. E a janela? Sabes, vento, ainda sonho.
[bee girl. pearl jam]
5 comments:
Bee, está lindo!
Bloody gorgeous!!! :)
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o que dizer? caraças pah cada texto é melhor que o anterior e este está muito lá.
muito mesmo.
raios que tu sabes o que escreves :D
beijo grande*
muito bonito marina.
bjinhos
aki vem a ignorante dizer: eh pah, com esta trocaste-me as voltas!!! a sério com textos destes nunca sei o que pensar... (a k proposito vem? estás triste? estás nostalgica? estás contente? com textos destes nunca sei...) parece uma bussola estragada...
está lindo, gostei muito (ainda estou confusa)
a sério... gostei mesmo... (bilivi me - ;P)
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estou confusa e certa.
percebo-te e depois não percebo. mas no fundo percebo. ou não não sei.
só sei que escreves muito bem.
continua assim e escreves um belo livro de memórias...or not!your choice lol
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