Thursday, July 06, 2006

(sem) festa

Aquela festa é tua. Nossa. Lembranças nossas. Horas e horas. Ano após ano. Nos choques. Manobras que conheço de cor. Jogadas que me ensinavas. E eu sempre contigo, do teu lado. Porque, para mim, és dos melhores. Confiava em ti quando dizias que não ia acontecer nada. E nada acontecia. Podia fechar os olhos. Mesmo quando só estávamos os dois e mais um. O gato e o rato. E tu ganhavas. E nós riamos. Gozavas de uma maneira que me fazia chorar de tanto rir. Nós os dois, sempre, e ele e ele. Lembrei-me depois da melhor equipa de matraquilhos. O meu pai e o dele.

Sempre juntos. Nós dois. Porque ia contigo quando daqui não ia. E tu vinhas comigo quando daí não ias. Porque o teu avô tinha os seus contactos. E porque todos os dias lá estavamos nós. Piadas entre ti e o meu pai. Sempre juntos. A ouvir as mesmas conversas, as mesmas histórias. Lembrar delas no dia seguinte.

Perdeu piada quando nos separámos. Porque foi que o trocaste por ele? Não podias ter mantido os dois? Quando foi que cortaste os laços que tinhas? E porquê?

Vou lá. Não é a mesma coisa. Mas vou lá. E lembro-me de ti. Das gargalhadas e das brincadeiras. Da amizade. Tão minha e tua. Invejada amizade. Ao almoço lembrei-me de ti. Puré de batata e sorri sozinha.

1 comments:

joana said...

quando somos crianças é tudo mais simples, as amizades são mais simples... E fica sempre a saudade. Porque era simples, e porque era bom, e porque havia pessoas especiais,... E quando as coisas se tornam mais definitivas e por vezes agrestes, olhamos para trás e não percebemos como passámos da infancia para o onde estamos agora. E as pessoas dispersam-se, porque sim, sem grande culpa de nenhuma das partes, acontece...

E é uma pena quando chegamos tão perto de como as coisas eram antes, mas não estamos bem lá, falta qualquer coisa...

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