Estava já sentada na cama, a beber o belo do capuccino, a ouvir BLACK (desde que comprei o Ten que ele não saiu da aparalhagem), e veio uma sequência de twisted thoughts assolar a minha cabeça. Pensava. Reflectia. Sim, era muito mais uma reflexão. Perguntas levantadas por mim mesma, aquelas perguntas de "sempre".
Será que existe mesmo aquela ideia de (nos) darmos demasiado? Será que a tendência à nossa própria defesa é mais forte que aquilo que sentimos, ou podemos vir a sentir? Será que o medo é tão grande que preferimos guardar para nós aquilo que de melhor podemos ter? Será que apenas nos atrevemos a partilhar essas pequenas (enormes) coisas com aqueles que nada têm a ver com elas, porque sabemos que assim mantemos as nossas defesas.
Defesa. Defendo-me. Não de algo concreto, mas apenas da possibilidade de alguma coisa. E a nossa maior defesa é a omissão. De palavras. De gestos. É o ficar de boca calada, o não fazer isto ou aquilo, não por falta de certeza, mas por receio. Medo. Pior mesmo é quando o nosso corpo nos trai.
Como se tivesse vida própria, ele age por si só. E actua sem o nosso consentimento. E lá deixa escapar um sorriso que não queríamos ter mostrado, ou uma mão poisada que não queríamos ter poisado, ou um olhar. Um olhar. O olhar. Talvez a acção que menos controlamos, e por isso mesmo, a mais temida. Sim, tenho medo do meu olhar. Tenho medo daquilo que os meus olhos possam dizer sem o meu consentimento. É como se não fossem meus. E transmitem aquilo que sinto. Nunca minto a olhar nos olhos. E se eles fogem é porque, por momentos, tenho noção daquilo que eles estão a dizer e não quero que vejam. É meu.
É o meu segredo. Aquele medo que nos fala de mansinho, e nos avisa. Está sempre presente. Não, nem sempre. Muitas vezes nem o oiço, nem dou por ele, mas quanto mais me entrego, mais ele me sussura aos ouvidos, e me avisa para ter cuidado. Mas não é assim que deve ser. Mas é assim que é. Agora é. Deixa ser. Está bem assim.
Lesses tu o meu pensamento. Ouvisses tu o meu pensamento. Ou alguém. Mas é o meu segredo. O meu pensamento é o meu maior segredo. Só meu.
Existe tal coisa como dar demasiado? Será que esse muito, ou tanto são realmente muito ou tanto? Não. Nem muito, muito, muito é realmente muito. Não dentro do tanto que tenho.
E vou devagarinho, step by step. Cada bocadinho a contar. Cada minuto a saborear. Porque assim é que deve ser. Já dizia a minha irmã (as palavras que nós guardamos...). Ela disse, e eu memorizei, porque já na altura eu sabia que ela estava certa, e agora vejo que é mesmo possível ser como ela disse. E ela tinha razão. Tudo passa. Aquilo passou. Nova fase, tal como ela disse que seria, porque tudo faz parte, tal como ela disse que faria.
É o meu segredo. Partilho com aqueles que não têm nada a ver com ele. Partilho porque tenho que o tirar de dentro de mim (se não sufoca-me). E gritaria. Mas não para ti. Para ti sussurraria, ao teu ouvido. Baixinho. Para que quando ouvisses desconfiasses daquilo que ouviste, e olhasses para mim como quem pergunta se ouviste bem. E eu sorriria, e tu saberias que ouviste bem. Mas isso é na minha cabeça.
E chegará (ou então não) o dia de o testar e ver como será. Mas não tenho medo, porque não é agora. Não tenho medo porque não sei se será.
Confiança. Certeza. "Somos farinha do mesmo saco". Ou então não.
The question is who cares?
O alívio de não importar ao mesmo tempo que me acalma, assusta-me. E é estúpido o motivo pelo qual me assusta. Mas eu vou confessar. Assusta-me porque esta "indiferença" é boa demais.
Bahhhhhhhh........odeio isto tudo! Odeio isto tudo de sorriso nos lábios...coisas da vida!
E mesmo assim, há coisas que me marcam. Ao mesmo tempo, e nunca me vou esquecer disso. BLACK ao vivo em Portugal, no Estádio do Restelo, no dia 23 de Maio de 2000. E o choque foi tal, que por momentos não disse nada, não consegui mesmo. E tu estranhaste. E chamaste-me. E eu só respondi depois, e disse-te e tu disseste qualquer coisa como "estranho" ou "scary" (não me lembro)... E o melhor disso foi que não nada mudou, tal como quando soubemos daquilo. Porque é sempre assim. Calmo, tranquilo. Nada de mais. E é assim que é bom. E é assim que tem que ser.
Odeio coisas ditas. Aquelas coisas ditas. Aquelas às quais me agarro, sem necessidade disso, mas agarro-me. E oiço-as. E elas fazem-me sorrir. Sim, eu pareço mesmo ridícula de tanto sorrir para mim mesma, mas aqui, no meu canto, ninguém vê.
Odeio pequenos gestos. Aqueles gestos que são insignificantes e que por isso mesmo, mais valor têm. Odeio-os! Odeio isto.
E relembro o post da Xary, o "heart it all before". "pensar um bocadinho à frente nem que seja uns dias". Para que amanhã seja (ainda melhor) faço com que hoje não seja nada de mais (não me vá apetecer fazer do amanhá algo especial!).
Será que existe mesmo aquela ideia de (nos) darmos demasiado? Será que a tendência à nossa própria defesa é mais forte que aquilo que sentimos, ou podemos vir a sentir? Será que o medo é tão grande que preferimos guardar para nós aquilo que de melhor podemos ter? Será que apenas nos atrevemos a partilhar essas pequenas (enormes) coisas com aqueles que nada têm a ver com elas, porque sabemos que assim mantemos as nossas defesas.
Defesa. Defendo-me. Não de algo concreto, mas apenas da possibilidade de alguma coisa. E a nossa maior defesa é a omissão. De palavras. De gestos. É o ficar de boca calada, o não fazer isto ou aquilo, não por falta de certeza, mas por receio. Medo. Pior mesmo é quando o nosso corpo nos trai.
Como se tivesse vida própria, ele age por si só. E actua sem o nosso consentimento. E lá deixa escapar um sorriso que não queríamos ter mostrado, ou uma mão poisada que não queríamos ter poisado, ou um olhar. Um olhar. O olhar. Talvez a acção que menos controlamos, e por isso mesmo, a mais temida. Sim, tenho medo do meu olhar. Tenho medo daquilo que os meus olhos possam dizer sem o meu consentimento. É como se não fossem meus. E transmitem aquilo que sinto. Nunca minto a olhar nos olhos. E se eles fogem é porque, por momentos, tenho noção daquilo que eles estão a dizer e não quero que vejam. É meu.
É o meu segredo. Aquele medo que nos fala de mansinho, e nos avisa. Está sempre presente. Não, nem sempre. Muitas vezes nem o oiço, nem dou por ele, mas quanto mais me entrego, mais ele me sussura aos ouvidos, e me avisa para ter cuidado. Mas não é assim que deve ser. Mas é assim que é. Agora é. Deixa ser. Está bem assim.
Lesses tu o meu pensamento. Ouvisses tu o meu pensamento. Ou alguém. Mas é o meu segredo. O meu pensamento é o meu maior segredo. Só meu.
Existe tal coisa como dar demasiado? Será que esse muito, ou tanto são realmente muito ou tanto? Não. Nem muito, muito, muito é realmente muito. Não dentro do tanto que tenho.
E vou devagarinho, step by step. Cada bocadinho a contar. Cada minuto a saborear. Porque assim é que deve ser. Já dizia a minha irmã (as palavras que nós guardamos...). Ela disse, e eu memorizei, porque já na altura eu sabia que ela estava certa, e agora vejo que é mesmo possível ser como ela disse. E ela tinha razão. Tudo passa. Aquilo passou. Nova fase, tal como ela disse que seria, porque tudo faz parte, tal como ela disse que faria.
É o meu segredo. Partilho com aqueles que não têm nada a ver com ele. Partilho porque tenho que o tirar de dentro de mim (se não sufoca-me). E gritaria. Mas não para ti. Para ti sussurraria, ao teu ouvido. Baixinho. Para que quando ouvisses desconfiasses daquilo que ouviste, e olhasses para mim como quem pergunta se ouviste bem. E eu sorriria, e tu saberias que ouviste bem. Mas isso é na minha cabeça.
E chegará (ou então não) o dia de o testar e ver como será. Mas não tenho medo, porque não é agora. Não tenho medo porque não sei se será.
Confiança. Certeza. "Somos farinha do mesmo saco". Ou então não.
The question is who cares?
O alívio de não importar ao mesmo tempo que me acalma, assusta-me. E é estúpido o motivo pelo qual me assusta. Mas eu vou confessar. Assusta-me porque esta "indiferença" é boa demais.
Bahhhhhhhh........odeio isto tudo! Odeio isto tudo de sorriso nos lábios...coisas da vida!
E mesmo assim, há coisas que me marcam. Ao mesmo tempo, e nunca me vou esquecer disso. BLACK ao vivo em Portugal, no Estádio do Restelo, no dia 23 de Maio de 2000. E o choque foi tal, que por momentos não disse nada, não consegui mesmo. E tu estranhaste. E chamaste-me. E eu só respondi depois, e disse-te e tu disseste qualquer coisa como "estranho" ou "scary" (não me lembro)... E o melhor disso foi que não nada mudou, tal como quando soubemos daquilo. Porque é sempre assim. Calmo, tranquilo. Nada de mais. E é assim que é bom. E é assim que tem que ser.
Odeio coisas ditas. Aquelas coisas ditas. Aquelas às quais me agarro, sem necessidade disso, mas agarro-me. E oiço-as. E elas fazem-me sorrir. Sim, eu pareço mesmo ridícula de tanto sorrir para mim mesma, mas aqui, no meu canto, ninguém vê.
Odeio pequenos gestos. Aqueles gestos que são insignificantes e que por isso mesmo, mais valor têm. Odeio-os! Odeio isto.
E relembro o post da Xary, o "heart it all before". "pensar um bocadinho à frente nem que seja uns dias". Para que amanhã seja (ainda melhor) faço com que hoje não seja nada de mais (não me vá apetecer fazer do amanhá algo especial!).
All that I am, all that I'll be...
E respiro fundo. O respirar antes do mergulho. E mergulho. Não agora. Mas um dia, quem sabe. Aprendo já a respirar, just in case. Essa água atrai-me, mas é (ainda) muito funda para mim.
Bahhhhh... Nada de second thoughts, nem nada disso! E que raiva que isso me dá!
E sei que este post não deve fazer sentido nenhum, mas daí o seu título. Porque às vezes não tem que fazer sentido. Porque às vezes o melhor mesmo é let go, e ver onde vai dar. Até mesmo com o pensamento e com as palavras. Deixá-lo ir, e deixá-las fugir. Ver onde vai dar. Aqui faz sentido.
Por mim?, disseste tu
Sim, por ti., disse eu
Bahhhhh... Nada de second thoughts, nem nada disso! E que raiva que isso me dá!
E sei que este post não deve fazer sentido nenhum, mas daí o seu título. Porque às vezes não tem que fazer sentido. Porque às vezes o melhor mesmo é let go, e ver onde vai dar. Até mesmo com o pensamento e com as palavras. Deixá-lo ir, e deixá-las fugir. Ver onde vai dar. Aqui faz sentido.
Por mim?, disseste tu
Sim, por ti., disse eu
[BLACK no ouvido.]
8 comments:
faz todo o sentido. para mim faz. tiveste uma linha condutora do princípio ao fim. black a completar o ciclo.
e o post está lindo, lindo e lindo :)
nós e as reflexões. os pensamentos nossos. os medos só nossos. que estrangulam um pouco mais em certas alturas e noutras o laço está tão solto que nem nos apercebemos. somos quase poderosos. quase superiores a tudo.
beijo grande*
Beautiful post!...
Adorable and wacky, adorably wacky, loved it.
;)*********************
mto bonito.
bjinhos
My mind just went blank...
Ta mm lindo, n tenho palavras
So uma coisa: Marina Calado, n tenhas medo de tar calada (piada seca), pk (maioritariamente) td o k vem de ti é fantastico (well, loads of times it's a bit phoebish, but it's so you, so...)
love u
and do the dance on the coffee table (even when it doens't make sense because there's no music on)
no yogurt please...
Olá!
Escreves textos tão profundos e com tanto sentimento, que acabo por ficar sem palavras e sempre sem saber o que dizer...
Está bonito e verdadeiro, faz todo o sentido.
Keep writing!
Beijinhos,
Astro Friend.
bem grande post. incribly intense. closer and closer to the end, i tried to control my tear from falling. wau. it made so much sence.
oh faz o sentido todo, entao para quem ás vezes apanha certas expressões da tua cara...mas enfim...isso é outra história. já sabs que eu penso que sim és defensiva, mas que isso é um método que todos ou a maioria de nós tem para não se magoar. tb tenho o meu...(espero k ninguem o descubra...)
that's just...a vidinha!lolol
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