Thursday, October 30, 2008

#48

mais coisa menos coisa, agora sou mais ao menos vegetariana...

ou coisa parecida.

:P

Saturday, October 25, 2008

#47

as coisas mais importantes ainda são escritas à mão.

parabéns r.

:) *

Sunday, October 19, 2008

#46 = #37

há palavras que não nos largam. as que o vergílio escreveu há uns anos e que eu lhe roubei há uns meses são dessas.

Saturday, October 18, 2008

sheets of empty canvas (*)

ela queria o céu e a terra. o fogo e a água. corpo e alma. mas nunca se pode ter tudo. e ela foi aprendendo de uma maneira que lhe custava. num jogo de xadrez cujas peças representavam o que lhe era mais querido. quem dar a comer? quem é que vale menos? quem é que fica fora do jogo? o 'todos' revelava-se-lhe uma impossibilidade. uma que lhe pesava no peito com uma força esmagadora que a impedia de respirar. era assim: ela sentia-se limitada de movimentos físicos, de movimentos respiratórios. de amor. era um amor contado a gotas, que parecia nunca encher o copo por completo. e ela gostava de se sentir completa. plena. era um amor que ela acreditava que só era grande na grandeza do sentimento. as atitudes eram isoladas, eram baseadas em crenças que não ultrapassavam as barreiras do ser. nada era deixado ao acaso. tudo era tão calculado que lhe doía na cabeça a falta de carinho. dizia-se que havia coisas que ela não compreendia e podia até ser. mas para ela, havia coisas que não deviam ser compreendidas porque não deviam existir. de todo. devia ser... 'fácil'. ou algo assim. 'não-difícil'. mas não, o ar custava-lhe a passar pela garganta. talvez fosse o sufoco das lágrimas que cada vez mais teimava em abafar. já haviam deixado marcas pela pele dela. a trajectória certinha que caía do olho até pender no queixo. os soluços eram mudos e ela acreditava que vinha daí a dificuldade em respirar. dantes, era a noite que lhe custava a passar pela solidão. agora até acompanhada lhe faltava uma presença. dela própria talvez. ou dele. onde andava ele? porque não ouvia ele as palavras que ela lhe dirigiam quando dormiam distantes um do outro, partilhando nada mais que a grandeza de sentimento que os unia. era só isso que tinham. ela temia com uma força bruta que fosse só isso que ele tivesse para ela. nada mais. e ela teria de compreender e ficar. como estava. assim.

(*) pearl jam. black

Monday, October 13, 2008

#45

and i miss you most of all.

fuel. most of all

over and over again

memories are just where you laid them
dragging the waters til the depths give up their dead
what did you expect to find?
was it something you left behind?
don't you remember anything i said when i said,
don't fall away and leave me to myself
don't fall away and leave love bleeding in my hands, in my hands again
and leave love bleeding in my hands, in my hands
love lies bleeding
oh hold me now i feel contagious
am I the only place that you've left to go?
she cries her life is like
some movie in black and white
dead actors faking lines, over and over and over again she cries
and I watched as you turned away
you don't remember, but I do
you never even tried
don't fall away and leave me to myself
don't fall away and leave love bleeding in my hands, in my hands again
leave love bleeding in my hands, in my hands again
leave love bleeding in my hands, in my hands again


fuel. hemorrhage (in my hands)


Sunday, October 12, 2008

#44

diz-se que é a intenção que conta. e neste caso, contou mesmo.


obrigada pai (L)

Tuesday, October 07, 2008

#43

parece que tenho aqui este canto onde posso escrever palavras e esqueço-me. mas palavras são coisas que às vezes me custam de forma interna (se é que isto faz sentido, mas mesmo não fazendo, o canto é meu). como raízes que têm de ser arrancadas à força. e às vezes tu e todos levam-me a energia de as pensar sequer. tenho andado desligada daqui e de muita coisa. eu sei. eu sei. tenho andado principalmente desligada de mim. perdi-me algures entre tarefas e responsabilidades. era eu uma cabecinha numa montanha. para quem é bom a visualizar cenários imaginários pode perceber que eu me tornei praticamente invisível. parece que nesse entretanto em que me perdi joguei as palavras ao vento, porque não tinha espaço para elas. havia outras palavras que teimavam a entrar por força. por vontade também. penso para trás o quanto de mim fui abdicando. quem de mim fui abdicando. não tive sequer palavras para me prender em mim mesma. penso que o ser que habito se tornou num ser tão maquinal que eu própria fugi de mim. a sete pés, como dizem. volto a mim durante breves instantes. não sei ser outra coisa que não aquilo que sou. apenas tenho saudades de só ser quem sou. não espero que isto faça sentido. o canto é meu. as palavras são minhas. e o que eu digo não se escreve.